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Festival Sementes: “Todas as companhias que passam por cá consideram o público de Almada especial”

A pandemia levou ao adiamento do Festival Sementes e impediu alguns concelhos de integrar a programação deste ano. Apesar das limitações, Rui Cerveira, ator no Teatro Extremo e diretor da mostra dedicada ao público mais jovem, está confiante que o certame vai conseguir esgotar os espetáculos.

Em entrevista ao ALMADENSE, o diretor do festival, que terá lugar entre os dias 24 de Julho e 2 de Agosto nos municípios de Almada, Moita e Montemor-o-Novo, fala sobre sobre as expectativas para a 25ª edição do evento, que se vai desenrolar sobretudo ao ar livre.

 

Que género de sensações pretende a programação deste ano criar no pequeno público?
O Sementes apresenta sempre vários espetáculos de várias naturezas artísticas em que não há um tema de festival. Este ano vamos falar de vários temas que apresentam a impossibilidade de estar sozinhos, que falam sobre pertença, liberdade e fronteiras. Também sobre a condição de artista e do indivíduo e a construção do Homem no meio em que está inserido, neste nosso mundo e cosmos.

 

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Que expectativas tem para a reação dos almadenses a esta nova edição do festival Sementes?

Vivemos tempos complicados. Não estávamos preparados para eles, não estávamos à espera. As relações alteram-se de alguma forma, não sabemos qual será a reação. O festival teve de ser adiado devido à pandemia. Para garantir as normas, os espetáculos são ao ar livre e, portanto, esperamos que as pessoas, que se sentem muito confinadas, tenham vontade de estar connosco e não deixar passar esta 25º edição. Mesmo com limitações, esperamos esgotar.

 

Que desafios, específicos e comuns ao sector cultural, enfrentou a organização do festival em 2020?

Muitos. São tempos de incerteza. Tínhamos a programação fechada para os dois últimos fins-de-semana de Maio e Junho. Estávamos a iniciar a celebração de contratos com a divulgação feita. Ficámos algum tempo sem saber o que iria acontecer e depois decidimos adiar o festival para não colocar em causa o espetáculo para o público. Não temos os mesmos espaços. Em edições anteriores, juntávamos sempre num dia inteiro milhares de pessoas no Parque da Paz. Claro que isso não pode acontecer este ano para evitar ajuntamentos de pessoas. Além disso, devido à pandemia, que está a afetar particularmente a região de Lisboa e Vale do Tejo, muitos concelhos não puderam estar presentes na programação. Trabalhávamos com oito concelhos e agora apenas três: Almada, Moita e Montemor-o-Novo.

 

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Rui Cerveira, diretor do Festival Sementes, durante uma atuação.

 

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A organização refere que nesta edição a qualidade não diminui, apenas a quantidade. Para além das medidas de segurança da DGS, que outras medidas consideraram importantes adotar nesta edição, de modo a que o trabalho e performance dos artistas mantivesse o seu propósito?

O bilhete único obrigatório, o distanciamento do público a um metro e meio… também mantemos as condições de higiene desde a plateia à bancada e optámos pelo espaço do Museu da Cidade de Almada pois tem portões e permite o controlo de entradas. Faz também todo o sentido, nos 25 anos, um festival que sempre trabalhou para a cidade, ser no museu da cidade.

 

O que aprenderam sobre o pequeno público almadense ao longo de muitas edições com foco neste concelho?

As companhias que passam por cá sentem que o público já é, embora pequeno, muito desperto para as artes. Creio que tem a ver com a história do concelho de Almada: é algo transmitido de geração em geração. Sempre tivemos muita atividade cultural, própria do concelho. Os pais, tios, avós já tinham esta apetência pelas artes e passam isso às crianças. Todas as companhias que passam por cá consideram o público de Almada especial. Sabe estar, assistir a espetáculos, gosta de acompanhar os artistas. Os artistas ficam admirados e sensibilizados com esta corrente.

 

A conversa com António Ângelo Vasconcelos pretende responder a uma questão muito pertinente: “de que modos é que o Festival Sementes tem contribuído para a construção de uma Cidade e Cidadania mais culta, democrática e cosmopolita?” Acredita que essa resposta irá determinar as próximas edições do festival?

É um pouco ao contrário. A forma como organizamos as várias edições dos festivais é que colocam essa questão. Um festival que apresenta vários produtos artísticos, linhas estéticas e culturais, que fala de várias questões. Ao longo destes 25 anos, o festival já demonstrou que contribui para uma cidade e cidadania mais culta e democrática. Os vários questionamentos, feitos pelas companhias internacionais e nacionais, andam por volta dos sonhos e imaginários de modo a que construamos o mundo que gostaríamos que existisse.

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