Uma associação almadense está a imprimir material de proteção para profissionais de saúde. As primeiras viseiras já seguiram para o Hospital Garcia de Orta.
Nas últimas semanas, o tempo de descanso tem sido escasso. “Ontem estive até as cinco da manhã a imprimir os suportes para as viseiras de proteção”, conta ao ALMADENSE João Catarino, responsável da Oficina D’Almada Makerplace. Há vários dias que se dedica em exclusivo à impressão em 3D de material que poderá estar em falta nos hospitais.
Começou por fazer ganchos para aliviar as orelhas devido aos elásticos das máscaras. Esta semana colocou as três impressoras 3D que tem a produzir suportes de viseiras de proteção. Mas para concluir o produto precisava de folhas de acetato transparentes, filamento e elásticos. Lançou o apelo nas redes sociais e rapidamente recebeu várias doações de material, que lhe deram ânimo para “continuar a lutar”, conta João Catarino. De Setúbal, chegou ainda um voluntário, disposto a ajudar com o trabalho junto das impressoras.
Em poucos dias, admite que conseguiu produzir “mais do que em seis meses”. Além disso, a iniciativa solidária ainda trouxe à associação um reconhecimento inesperado. Com a oficina em falência técnica e as despesas a acumularem-se, conseguiu o apoio de uma empresa com uma vertente solidária, que deverá permitir-lhe continuar a produzir.
Entretanto, os primeiros materiais de proteção já seguiram para o Hospital Garcia de Orta e poderão ser utilizadas pelos profissionais de saúde, que nas últimas semanas têm estado na primeira linha do combate à covid-19.
Iniciativa de âmbito nacional
A ideia partiu do Movimento Maker Portugal e depressa se estendeu a vários pontos do país. “Consiste em criar, melhorar, alterar, imprimir ou cortar a laser peças que sabíamos que iriam faltar nos hospitais, a exemplo do que aconteceu em Itália”, explica o responsável pela oficina de criação sedeada em Almada.
Neste momento, há pelo menos “umas boas centenas de proprietários de impressoras 3D a imprimir as várias versões de suportes de viseiras. Umas poderão vir a ser descartáveis, outras reutilizadas”, conta. Mas também há quem esteja a “desenvolver máquinas para utilização de ventiladores manuais”, na esperança de que possam ser utilizados em caso de falha dos existentes. O objetivo é que “os médicos não tenham de escolher entre quem vive ou quem vai para casa morrer”.
https://www.almadense.pt/grupo-lanca-campanha-solidaria-para-comprar-um-ventilador-para-o-garcia-de-orta/
E como não tem apoios de ninguém…. Kaput !!! vai fechar portas!
A GNR do Torrão foi contemplada com estas viseiras. Obrigado.
Haja covid … mesmo que não haja